Eu que fui água do balde
Que você jogou fora
E que escoei pela ralo
Indo assim embora
Penetrando no vil submundo
De tantos dejetos humanos
Sarjeta onde agora padeço
Com meus desenganos
Mas a avida um dia, eu sei
Me fará desaguar
No curso de um rio
Num lago
Ou mesmo no mar
E na presença do Sol
Verei brilhar a esperança
Sendo erguido aos céus
Até nuvem branca
Quando findar a estiagem
Pretendo voltar
Fertilizando algum campo
Fazendo o amor brotar
E casso isso aconteça
Guardo um ardente desejo
Ter destino diferente
Das águas de despejo